sexta-feira, 20 de maio de 2011

Long Time Ago...

Quanto tempo. Na verdade do tempo do ronca. Não sei se voltarei a escrever aqui, mas quando sentir necessidade irei postar algumas coisinhas.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Nostalgia ou saudosismo?


Férias, momento perfeito para viajar, sair com os amigos e todas aquelas saidinhas que não são feitas durante o semestre. Correto? Nem tanto. Em meu caso, férias é aquele período para mergulhar na busca de outros sons, músicas, artistas, etc. Entenda mergulho aqui como uma pesquisa intensa acerca da vida, discos e arranjos do artista. Nessas férias fiz um re-visita as obras de Tom Zé, Mutantes e até de uns caras que possuem ótimas obras, sobretudo, na década de 60 e 70, tais como Ivan Lins, Tim Maia e o próprio Roberto Carlos. Quase um dia inteiro sentado, fuçando em páginas da web, procurando por albúns célebres e informações sobre a pré-produção do disco para depois escutar atentamente cada disco ou até mesmo colocar no mp4, aproveitando que vou a padaria comprar um paõzinho, então podemos fazer isso escutando novas canções, não é?
Vocês devem estar se perguntando: ok, legal, músicas dos anos 60, 70, mas o qual a relação dos Los Hermanos com esses caras? Calma, eu explico. Certo dia estava em mais uma busca de sons, quando mamãe indagou-me sobre algo, quase como uma provocação: "estranho, a maioria das músicas que você escuta é do meu tempo e quase todos os cantores que você gosta já morreram." Silencie e apenas dei um risinho tímido diante do que foi dito, mas confesso que, mais tarde, aquilo gerou em mim um grande questionamento, ou seja, será que ela está realmente tem razão?
Pensando nisso, fui verificar de meus cds, então vejamos alguns que encontrei:

Vinícius de Moraes & Quarteto em Cy
Elis Regina - Fascinação
Toquinho e Vinícius
Chico Buarque - Ao Vivo Paris Zenith
Milton Nascimento - Caçador de Mim
Lô Borges - Clube da Esquina
Ray Charles - Coletânea Vol 1
Nirvana - Nevermind
Pearl Jam - "O abacate"

Ok, tudo bem. Então vamos a minha pasta de músicas do computador. Entre muitas coisas contidas lá encontrei:
Cartola - 1972
The Doors - Discografia
Baden Powel e Vinícius - Afrossambas
Chico Buarque - Discografia
Beatles - Vários albuns
Chico Science e Nação Zumbi - Da lama ao Caos
Tom Zé - Vários albuns
Caetano Veloso - Antologia Poética
Herbie Hanconck - The Finest Jazz
Chet Baker - White Blues
Coleção Todo Choro - Série de Chorinho
Tropicália ou Panis et Circencis

No fim, deparei-me com os seguintes discos"atuais": Los Hermanos (1999), Bloco do eu Sozinho (2001), Ventura (2003), 4 (2005). Diante desse panorama, fiquei pensando "caramba será falta de abertura de minha pessoa aos novos sons e músicos que estão na área ou realmente estou certo em afirmar que os Hermanos foram uma das poucas bandas contemporâneas que conseguiram produzir algo legal e contribuitivo para o cenário musical de nosso país?"
Talvez um pouco, mas é preciso reconhecer que o que há na cena hoje não me satisfaz. Se me satisfaz, é bem pouco. É evidente que temos que olhar para alguns caras que estão fazendo um trabalho legal, um pequena lista aqui seriam os trabalhos da Céu, dos caras do 3 na massa, Mombojó, entre outras. Mas é infímo diante de Toms, Tims, Ivans, Miltons e Chicos que surgiram em um passado não tão distante de nós. Nesse sentido que devo discordar de Suassuna quando diz o presente é bem melhor que o passado. Pelo menos na música, para mim, o passado é bem melhor que o presente. O passado é presente...

quarta-feira, 22 de julho de 2009



Loki, o que pode significar essa palavra? Isso foi apenas uma das milhares de coisas que fiquei pensando após assistir o documentário apresentado pelo canal Brasil que leva o nome citado anteriormente. A vida de Arnaldo Baptista - membro, ou melhor, cérebro dos Mutantes é retratada de forma intensa, poética e drámatica diria. Um garoto que junto a Rita Lee e Sérgio Dias têm sua primeira participação, já de cara, com Gilberto Gil, cantando Domingo no Parque nos célebres festivais da Record nos anos 60.
Aquele seria um importante, mas apenas um ponto na trajetória, já que daí em diante os Mutantes só ascendem, tornando-se inclusive elementos fundamentais para o tropicalismo. Alguém dúvida? Bom, confesso não duvidar, até porque o Tom Zé que em minha opinião sempre foi o cabeça da história afirma que "o tropicalismo não seria nada sem os Mutantes e sem o Arnaldo Baptista."
Tive impressão que o documentário tem alguns pontos importantes: a relação com a Rita Lee (casamento e separação) e os Mutantes, o sucesso, as drogas, etc. Obviamente que os dois estão inteligados, mas o primeiro aspecto pareceu-me evidenciar mais o homem-artista sensível que Arnaldo é. Personagem emblemático, antena para algumas cabeças, pode-se dizer que sofreu também por ser isso o que revela-se na depressão e até na tentativa de suicídio.
Com depoimentos de Kurt Cobain, Sean Lennon (é realmente filho de quem você tá pensando), Nelson Motta, Gilberto Gil, Tom Zé e Lobão, o documentário é ainda montado sobre as belas imagens de Arnaldo hoje, bem como das raras imagens dos Mutantes.
Assim como todo grande artista: esquecido, não compreendido e pouquíssimo explorado e que vale a pena frisar aqueles que (ainda) acreditam que a música brasileira tem jeito, principalmente o rock, faz-se necessário re-visitar a obra de Arnaldo e o documentário Loki.
Sugiro ainda que procure pelo disco solo de Arnaldo - Loki de 1974 - músicas "com um quê" melancolicas e belas.
Talvez eu tenha tentado escrever uma resenha do filme, mas movido pelo que me tocou no filme, escrevi apenas enxertos.



Loki – Arnaldo Baptista – Direção de Paulo Henrique Fontenelle (Brasil, 2008). Canal Brasil 120 Minutos.

domingo, 12 de julho de 2009

Rito dos Mares.


Água,
até que ponto és aquosa
para assim liquefazer-me
fundir-me junto a ti;

E assim
quando lá no fundo estiver
Mais fundo irei
Peixe, tartaruga, corais estarei;

E se qualquer coisa faça-me emergir
Que eu suba,
Leve e solto
Flutuante,
Flutuando.


sexta-feira, 10 de julho de 2009

Hoje eu sou aquilo que escrevo em mim*


Faltando cinco minutos para uma hora da madrugada e tudo o que mais desejo é escrever. Queria escrever em um diário ou até mesmo rabiscar algo em um papelzinho, mas não posso acender as luzes, pois meu irmão dorme na cama ao lado. Azar de quem ainda divide quarto. Então é melhor usar o computador mesmo. Santa modernidade...ruim com ela, pior sem ela!
Para quem escrevo - pergunto-me. Talvez escrevo para mim mesmo, para tentar me encontrar entre as linhas, entre os "as" e os "es" de cada oração. Não. Mentira. A escrita aqui é quase uma anesteziante, o que não é novidade, quem nunca ouviu falar em pessoas que escrevem para desabafar? Escrita para exorcizar, para inflamar, tem de tudo...
Quem nunca escreveu para tentar aliviar a dor no coração? Muito piegas tudo isso, mas é fato: hoje, 11 de julho de 2009, escrevo porque sofro de amores. Escrevo pra ver se ela - a escrita - toma conta de mim, personifica-se, ou melhor, torna-se uma entidade. Tomado por ela, talvez esqueça de quão doloroso é sentir o que sinto, pensar o que penso, desejar o que desejo.
É aliviante, afinal tem tanta palavra a ser escrita. Ora, quantos livros já não foram escritos? Muita coisa já foi dita. Tantas palavras, frases, conjunções, verbos, pronomes, etc.
Aposto que muita coisa que já foi escrita, impulsionado também pelo que sinto agora. Basta pensar nos poetas que, em sua maioria, são amantes sem lei. Não quero entrar em contradição com o que Drummond disse: "Entendo que poesia é negocio de grande responsabilidade, e não considero honesto rotular-se de poeta quem apenas verseje por dor-de-cotovelo..."
Apenas acho que há um toque de amor em cada poeta. Amor perdido, amor vivido, qualquer expressão de amor. Eu que não sou poeta posso assumir que minha escrita, hoje, é de dor e de amor, tudo ao mesmo tempo, tudo misturado e tudo embaçado.


*Frase da querida amiga, Lorrana Calíope. Talvez a que melhor expressa o que sinto no momento.
Imagem utilizada na postagem: Pablo Picasso La lecture 1934.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Teu filho sonha acordado. Com o filho que ele quer ter...

Mais um filho de um amigo nasceu. Olhando grosseiramente não há nenhuma novidade nisso, já que quase todos, repito: quase todos os meus amigos de infância já têm filhos e, alguns destes, casaram-se. Minha irmã costuma brincar que nos "livramos" de ter filhos, porque saímos do parque atlântico. Parque atlântico foi condomínio onde morei dezoito anos de minha vida. Foi lá que cresci e que fiz muitas "viagens", enfim o parque atlântico foi o lugar onde nasci.
Como já havia dito no início, são os meus "sobrinhos" que nascem lá e olhem que muitos já até me chamam de "tio!" "Tio me dá um bom-bom? Tio faz isso! Tio faz aquilo!" Vê se pode? Pois é o tempo passa caro leitor e foi exatamente sobre isso que fiquei a refletir após minha visita um tanto "paternal".
Mas não fiquei pensando no fato de que, assim como eu, muitos de meus amigos são muito novos para ter filhos e todo aquele papo que já conhecemos. Inclusive o próprio Estado vem criando políticas de planejamento familiar, a fim de tentar conter o crescimento em progressão geométrica dos brasileirinhos e as ações educativas para que a juventude brasileira não se tornem pais e mães tão cedo.
Bem longe disso, lembrei de meu amigo segurando aquele frágil pedaço de gente com um sorriso amarelo, felizão da vida, mesmo sabendo das dificuldades que é "colocar um guri nesse mundão de Deus."
Fiquei pensando no próprio ato de gerar um filho. É sempre bom lembrar que, nós homens, também geramos os filhos, apenas não carregamo-os durante os nove derradeiros meses, daí cabe dizer que todo o mérito e as dores também são delas.
Mas voltando ao assunto, penso o quanto é belo e também louco ter em suas mãos alguém que vem de ti, uma criatura que depende de ti tanto para chegar ao mundo, quanto para continuar por aqui.
Acordar na madrugada, alimentá-lo, cuidar quando estiverem doentes e limpá-los ( bem que eles poderiam ficar sempre limpinhos!).
Acho que para alguns pais o momento de colocá-los para dormir deva ser umas das partes mais interessantes, já que é o momento de descanso de ambos. Os pais já cansados do cotidiano de trabalho e de cuidados com sua cria e o filho cansado de sua rotina "estressante" de leite, de papinha, de brincadeiras, de choros, de xixi e de cocô.
Talvez em meu caso esse momento seria propicio para tocar meu violão, ninar a criança e, também, envolvê-lo com o mundo da música e, principalmente, com as minhas preferências musicais. Já pensou se o garoto me sai um John Lennon ou um Bob Marley? Brincadeiras a parte, filho é um lance muito complicado, ainda mais quando se é novo.
Belo, mágico e transcendente diria, mas muita "responsa" para mim, sobretudo no momento em que estou, isto é, sendo estudante (entenda como sinônimo de dependência dos pais).
Fazer a vida viver. Vê-la crescer e tomar seu rumo. Acho que os pais pensam mais ou menos isso dos seus filhos.
Vou ficando por aqui, porque eu ainda tenho vários textos para ler.
Quanto aos os bebês? Eles já estão dormindo...