quarta-feira, 22 de julho de 2009



Loki, o que pode significar essa palavra? Isso foi apenas uma das milhares de coisas que fiquei pensando após assistir o documentário apresentado pelo canal Brasil que leva o nome citado anteriormente. A vida de Arnaldo Baptista - membro, ou melhor, cérebro dos Mutantes é retratada de forma intensa, poética e drámatica diria. Um garoto que junto a Rita Lee e Sérgio Dias têm sua primeira participação, já de cara, com Gilberto Gil, cantando Domingo no Parque nos célebres festivais da Record nos anos 60.
Aquele seria um importante, mas apenas um ponto na trajetória, já que daí em diante os Mutantes só ascendem, tornando-se inclusive elementos fundamentais para o tropicalismo. Alguém dúvida? Bom, confesso não duvidar, até porque o Tom Zé que em minha opinião sempre foi o cabeça da história afirma que "o tropicalismo não seria nada sem os Mutantes e sem o Arnaldo Baptista."
Tive impressão que o documentário tem alguns pontos importantes: a relação com a Rita Lee (casamento e separação) e os Mutantes, o sucesso, as drogas, etc. Obviamente que os dois estão inteligados, mas o primeiro aspecto pareceu-me evidenciar mais o homem-artista sensível que Arnaldo é. Personagem emblemático, antena para algumas cabeças, pode-se dizer que sofreu também por ser isso o que revela-se na depressão e até na tentativa de suicídio.
Com depoimentos de Kurt Cobain, Sean Lennon (é realmente filho de quem você tá pensando), Nelson Motta, Gilberto Gil, Tom Zé e Lobão, o documentário é ainda montado sobre as belas imagens de Arnaldo hoje, bem como das raras imagens dos Mutantes.
Assim como todo grande artista: esquecido, não compreendido e pouquíssimo explorado e que vale a pena frisar aqueles que (ainda) acreditam que a música brasileira tem jeito, principalmente o rock, faz-se necessário re-visitar a obra de Arnaldo e o documentário Loki.
Sugiro ainda que procure pelo disco solo de Arnaldo - Loki de 1974 - músicas "com um quê" melancolicas e belas.
Talvez eu tenha tentado escrever uma resenha do filme, mas movido pelo que me tocou no filme, escrevi apenas enxertos.



Loki – Arnaldo Baptista – Direção de Paulo Henrique Fontenelle (Brasil, 2008). Canal Brasil 120 Minutos.

Um comentário:

Paixão disse...

Posso estar enganado, mas Loki até onde sei é: Deus nordico trapaceiro que irmão de Odim. Loki é o Deus do Caos e costuma trapacear todos os demais deuses nordicos em Midgard.

Me passa o album Afrossamba, tentei procurar pra baixar e não achei, tô provando aqui umas musicas (novas)velhas também..

Abraços