sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Tenho medo..só não sei o porquê.


Reconheço. Fico logo ansioso. Ocorre sempre por volta do dia 25 ao comecinho do outro mês. É mais ou menos nesse período que não adianta esconder com chapéus ou bonés, os fios crescem vertiginosamente. A derradeira hora chegará...
A anunciação do momento fica a cargo dela que, vale ressaltar, é a mentora de toda a situação.
De início, são somente alguns avisos, do tipo: "Vamos lá meu filho ou o seu cabelo está horrível, pois tá muito grande."
Fujo. Peço ajuda aos anjos e santos. Como uma criança (e é assim que, às vezes, me sinto) faço birra: "Não vou e não quero ou por favor, adoro meu cabelo assim..."
Não tem jeito. Se não vai pela via da rispidez, ela então tenta pela via da chantagem, isto é, ela me compra, suborna, etc.
"Filho, querido, vamos cortar o cabelo..."
Bobo, idiota, burro e inocente cai na lábia e me entrego. Chegou o momento: o cheiro de acetona, as mulheres conversando, o rádio que toca a música de sucesso, enfim o o cenário estava completamente arquitetado.
É sempre assim. Eles nuncam acertam o modo de cortar meu cabelo. Teve até uma vez que deixaram um buraco, tive que raspar ao "estilo ronaldinho" pela cratera deixada.
Sento na cadeira que, para mim, parece mais uma cadeira elétrica. Colocam-me uma capa que de tanto enforcar, mais parece, uma corda para matar-nos na forca e que começe a desgraceira.
Os fios que, meses e meses, ficaram lá crescendo, desaparecem apenas com algumas tesouradas. Pobre bulbo capilar...
E assim eles juram de pé junto que ficou ótimo. "Veja meu filho, tá bem melhor agora, garanto que as garotas vão adorar."
Otário! Mané! Se gostas das tuas madeichas assim porque se enganas, entregando-se ao deleite dos cabeleleiros.
No próximo mês, a novela começa novamente.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Música que toca as vísceras


Depois de alguns meses, volto a dar uma passadinha por aqui. Quem sabe nas próximas semanas conto um pouco de minha epopéia semestral (trabalhos intermináveis da faculdade, etc..), mas hoje quero falar mesmo é sobre um som maravilhoso que estou escutando para marcar a abertura de minhas férias. O som é do Habib Koité & Bamada...
Habib nasceu 1958 em Mali que fica, mais ou menos, próximo a países como a Mauritania, Niger, Argelia e Costa do Marfim. Habib tornou-se conhecido pela forma bem peculiar de tocar violão, a chamada afinação pentatônica, adiciona-se aí umas "jogadas" percursivas, feito por seus coadvuantes Bamada, a batida meio flamenca, meio blues, então você tem um som bastante consistente em arranjos, batidas e, claro, visceral. Algo que achei bastante interessante no que diz respeito a música de Koité é que o cara canta suas músicas na sua língua-mãe: o Bambara. Já havia escutado alguns sons indígenas, orientais e afro que, obviamente, fazem suas canções em suas línguas, mas achei bem peculiar a forma como Koité canta, além de também trazer algumas músicas em Francês e Inglês.
Eu sei que, se conselho fosse bom, venderíamos, mas fica aqui a dica:

http://www.contrejour.com/artists/habibkoite/

http://br.youtube.com/watch?v=E-ZiZnycnWY