quinta-feira, 22 de janeiro de 2009


Acho que é por aí...Into the Wild!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Vê se me erra mané.


Demorei muito tempo pra "me tocar" disso, ou na verdade eu omitia para mim mesmo, só pra não achar que seria uma má pessoa. Não sei vocês amigos, mas se tem algo que acho um saco , em alguns momentos, é puxar conversa. Fico pensando porque puxar conversa é o tipo da coisa que tem que se fazer, acho que é porque você aprende a vida inteira que devemos ser educados, sempre cumprimentar as pessoas e todo aquele papinho civilizatório nosso não é? Sem contar aquela teoria que é meio livro de auto ajuda: "sempre devemos criar relações interpessoais, são importantes para você, no seu campo profissional, etc." Ainda tem outra no que diz respeito ao meu futuro fazer, isto é, "o ser psicólogo", ou seja, psicólogo tem que ser articulado, deve gostar de criar relações com as pessoas, afinal ele lida com pessoas, e tal e tal e coisa e coisa.

Ah, fala sério. E seu eu quiser apenas continuar onde e como estou? Sentado, lendo meu livro ou fazendo qualquer outra coisa que não seja conversando trivialidades. Não é todo dia não, é só hoje amigão. Só hoje não falo nada pro carinha da faculdade que sempre puxa papo, mas que, na verdade, são sempre as mesmas coisas, os mesmos papos. "Viu só o golaço do Amarildo?" "Ah, vi sim, puxou pra esquerda e marcou não foi?"

Tô nem aí pro Amarildo e pro teu time cara! Só entrei aqui porque tinha que devolver o livro e passei por esse corredor.

Não tenho nada contra aqueles que gostam de papear, até gosto também, mas nem sempre. Hoje quero ficar aqui, só, pensando besteiras, ou pensando em não pensar...

E que não me venha com papinho hein...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Tenho medo..só não sei o porquê.


Reconheço. Fico logo ansioso. Ocorre sempre por volta do dia 25 ao comecinho do outro mês. É mais ou menos nesse período que não adianta esconder com chapéus ou bonés, os fios crescem vertiginosamente. A derradeira hora chegará...
A anunciação do momento fica a cargo dela que, vale ressaltar, é a mentora de toda a situação.
De início, são somente alguns avisos, do tipo: "Vamos lá meu filho ou o seu cabelo está horrível, pois tá muito grande."
Fujo. Peço ajuda aos anjos e santos. Como uma criança (e é assim que, às vezes, me sinto) faço birra: "Não vou e não quero ou por favor, adoro meu cabelo assim..."
Não tem jeito. Se não vai pela via da rispidez, ela então tenta pela via da chantagem, isto é, ela me compra, suborna, etc.
"Filho, querido, vamos cortar o cabelo..."
Bobo, idiota, burro e inocente cai na lábia e me entrego. Chegou o momento: o cheiro de acetona, as mulheres conversando, o rádio que toca a música de sucesso, enfim o o cenário estava completamente arquitetado.
É sempre assim. Eles nuncam acertam o modo de cortar meu cabelo. Teve até uma vez que deixaram um buraco, tive que raspar ao "estilo ronaldinho" pela cratera deixada.
Sento na cadeira que, para mim, parece mais uma cadeira elétrica. Colocam-me uma capa que de tanto enforcar, mais parece, uma corda para matar-nos na forca e que começe a desgraceira.
Os fios que, meses e meses, ficaram lá crescendo, desaparecem apenas com algumas tesouradas. Pobre bulbo capilar...
E assim eles juram de pé junto que ficou ótimo. "Veja meu filho, tá bem melhor agora, garanto que as garotas vão adorar."
Otário! Mané! Se gostas das tuas madeichas assim porque se enganas, entregando-se ao deleite dos cabeleleiros.
No próximo mês, a novela começa novamente.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Música que toca as vísceras


Depois de alguns meses, volto a dar uma passadinha por aqui. Quem sabe nas próximas semanas conto um pouco de minha epopéia semestral (trabalhos intermináveis da faculdade, etc..), mas hoje quero falar mesmo é sobre um som maravilhoso que estou escutando para marcar a abertura de minhas férias. O som é do Habib Koité & Bamada...
Habib nasceu 1958 em Mali que fica, mais ou menos, próximo a países como a Mauritania, Niger, Argelia e Costa do Marfim. Habib tornou-se conhecido pela forma bem peculiar de tocar violão, a chamada afinação pentatônica, adiciona-se aí umas "jogadas" percursivas, feito por seus coadvuantes Bamada, a batida meio flamenca, meio blues, então você tem um som bastante consistente em arranjos, batidas e, claro, visceral. Algo que achei bastante interessante no que diz respeito a música de Koité é que o cara canta suas músicas na sua língua-mãe: o Bambara. Já havia escutado alguns sons indígenas, orientais e afro que, obviamente, fazem suas canções em suas línguas, mas achei bem peculiar a forma como Koité canta, além de também trazer algumas músicas em Francês e Inglês.
Eu sei que, se conselho fosse bom, venderíamos, mas fica aqui a dica:

http://www.contrejour.com/artists/habibkoite/

http://br.youtube.com/watch?v=E-ZiZnycnWY


terça-feira, 23 de setembro de 2008

Linha 022 - Via bairro do Pensar

É interessante como o ônibus faz parte da minha vida. Não. Equivoquei-me, acho que é o próprio ato de deslocar-se que é inerente e essencial a minha vida. Lembrei que também me desloco bastante a pé. Enfim, o lance é que o viajar permite que eu pense em várias coisas. Nas mais pitorescas, como me perguntar quem sentará ao meu lado na próxima viagem? Que tipo de pessoa será? Gorda, magra, simpática ou chata? E também no chamado de dilema existencial. Vou escrevendo em um pequeno papel, claro, quando os tenho em minha mochila ou guardo na cabeça mesmo e assim vou o trajeto inteiro matutando os engodos da minha vida. Engodos afetivos, profissionais e familiares. Penso que não são dilemas únicos. Dilemas de alguém que é extremamente complicado ou coisa parecida. Nada disso. Todos devem ter os seus também. São apenas os meus.
Mas com relação a isso que fiquei pensando em umas coisas. Parei e falei para mim mesmo:
- Caramba Alex! Já está na hora de parar de pensar nesses dilemas. Pula essa etapa cara! A troco de quê você fica pensando nessas bobagens? No fim das contas é tudo bobagem e todo mundo tem os seus dilemas...
Acho que pensei nisso tudo porque tava realmente cansado de discutir a estratosfera da minha vida e também porque havia lembrado da aula que tive. Recordo-me que determinado momento o professor criticou aquelas pessoas que viajam e que pensam demais sobre a sua vida “dilemizando” tudo. Ele estava fazendo referência ao existencialismo e a filosofia Sartreana. E acho que foi exatamente por isso que pensei essas idéias.
Contudo eu mesmo não concordo com o que falei para mim mesmo.
Veja, não estou aqui em defesa do Sartre, apesar de achar bem interessante o que ele diz. Mas não acho que sou alguém que faz da sua vida um dilema. Pelo contrário, sou um dos que dizem que a vida é simples mesmo. Pelo menos eu tento fazê-la simples.
Mas caramba, acabo de chegar a conclusão que preciso de alguns desses “dilemas” para viver.
Assim como preciso desses trajetos para me resignificar ou coisa parecida. O trajeto, o onde vou chegar, o encontro a me esperar, são exatamente as formas que eu vou digerindo, processando, não sei exatamente a palavra a ser utilizada aqui no momento, mas o viajar e o olhar as pessoas, a rua suja, o camelô, o pedinte, a menina e o pastor que prega a palavra me
permitem talvez e no mínimo poetizar. O trajeto que se faz nunca vai ser o mesmo, assim como eu, assim como essas palavras que não mais dão conta do que sou, sinto e vejo.
Quanto ao ir a pé. Acho que é história para outro dia, pois é fácil fácil lembrar do Leminski.


Andar e pensar um pouco,
que só sei pensar andando.
Três passos, e minhas pernas
Já estão pensando
Aonde vão dar estes passos?
Acima, abaixo?
Além? Ou acaso
se desfazem ao mínimo vento
sem deixar nenhum traço?

domingo, 21 de setembro de 2008

De onda em onda sigo em frente*

Pôr-do-sol na praia de Almofala - CE
Uma semana atribulada. Os trabalhos e estágios intermináveis da faculdade. Entre uma aula e outra a idéia certa vem: “eu preciso do mar, eu preciso surfar”. O tempo não dá brecha amigo, por isso resolvo todas as atividades, pendências e problemas acadêmicos, já que as ondas estão lá dentro, prontas para serem surfadas. Pode até parecer clichê, isto é, cada surfista nesse planeta em seu trabalho, faculdade, com um mesmo pensamento “quero surfar!”.
Bem, isso eu já não sei, o que posso dizer que não é somente o surfar, mas sim é a própria relação com água, o movimento e gesto criado, o pôr-do-sol contemplado, o bate papo dentro do mar com os amigos. No momento do encontro, a água fria que bate no corpo ainda coberto pela fumaça dos carros e do concreto dos prédios nos limpando e revigorando. Daí em diante é virar bicho. Ficar em silêncio, apenas contemplando o barulho da parede do mar batendo na água, o vento terral que bate no corpo que nos dá arrepio. É aprendizado, já que nem sempre pegaremos todas as ondas e que os outros companheiros também possuem o direito de pegar as suas “boas”.
Assim vou seguindo em frente, trazendo o mar na minha frente. Na espera de mais uma semana, mas já de olho na sexta-feira, dia que antecipa o encontro, o gesto, o movimento, a relação de aprendizado. Na despedida... Tristeza? Não. Gratidão e equilíbrio. Metamorfose do cotidiano, da vida, dos afazeres. Força para seguir as ondas do dia-dia.

*O título da postagem é também de uma canção composta pelo grupo que faço parte (Mahto Soulto)

sábado, 6 de setembro de 2008

Elaborar o luto...


Um psicanalista bem sucedido e que, aparentemente, tem uma vida super tranquila. Algo diferente para ser um filme? Sim. O Quarto do Filho (La Stanza del Figlio) nos mostra a vida de Giovanni (Nanni Moretti) um homem que, como já havia dito, tem como fazer lidar com as perdas, dores e sofrimentos de seus clientes. O distanciamento que é caracteristico do fazer psicanalitico é derrocado justamente quando seu querido filho morre e o coloca na mesma situação dos seus clientes. Daí em diante, o discípulo de Freud percebe quão é difícil viver e continuar sua vida em meio a perda, em meio distância de Andreas, o filho morto e de sua propria família que, claramente abala-se com isso tudo.
O resultado de toda essa trama é um ótimo filme que é revelador alguns dos incômodos que um analista pode passar. Revela-nos tembém que nem mesmo aqueles que sabem que é impossível voltar atrás no tempo, já que tanto falam disso, possuem um desejo como um grito. O grito de fazer tudo diferente.
Deixo aqui uma bela canção que compõe a trilha do filme e também adianto uma cena que me marcou.
http://br.youtube.com/watch?v=mUyZgXN6DBQ

http://www.youtube.com/watch?v=CA5sisIOna0


O Quarto do Filho (La Stanza del Figlio). 2001. Itália. Direção e Roteiro: Nanni Moretti. Elenco: Nanni Moretti, Laura Morante, Jasmine Trinca, Giuseppe Sanfelice, Sofia Vigliar. Gênero: Drama. Duração: 98 minutos.